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O Que Você Escolhe: Dar Presente ou Estar Presente?

Mind Box - Edição #002

"Então, é Natal"

Fim de ano. O calendário parece correr mais rápido, e a exaustão se acumula. Trabalho, filhos, metas — um ano inteiro de rotina exaustiva que deixa muitos de nós ansiosos pelo descanso que as festas prometem trazer. Mas, aí vem ela. A velha canção da Simone invade as lojas, os comerciais e as reuniões de final de ano: "Então, é Natal, o que você fez?"

Ao invés de reconfortar, essa pergunta pode parecer um gatilho. Afinal, quantos de nós conseguem responder de forma plena e sem peso? A música, que deveria evocar o espírito natalino, virou alvo de memes e críticas justamente porque, em tempos de sobrecarga emocional, ela muitas vezes intensifica sentimentos de frustração ou insuficiência.

Ah não…

E quando, finalmente, as luzes se acendem e as famílias se reúnem, o que deveria ser um momento de paz pode se transformar em mais um estressor. São aqueles (re)encontros familiares com pessoas que talvez você não tenha visto ou falado durante o ano inteiro. O que está latente emerge: desentendimentos antigos, conversas difíceis, pontos de tensão.

Então, é Natal: O Que Você Quer de Você Mesmo?

Fim de ano. O cansaço de um ano inteiro parece pesar nos ombros. Trabalho, filhos, metas. Mais um ciclo que se encerra. E então surge a velha canção: "Então, é Natal, o que você fez?"

Essa pergunta, que deveria trazer reflexão e inspiração, muitas vezes soa como um gatilho. Uma cobrança velada que parece dizer: “Você fez o suficiente? Alcançou suas metas? Esteve à altura das expectativas?”. Ao invés de reconfortar, o coro virou alvo de memes, críticas e até piadas. Mas, por trás desse desconforto, talvez exista algo mais profundo para se perguntar.

Mais de você em você mesmo? Ou menos?

Em um tempo não muito distante, fiz cursinho pré-vestibular no Etapa, cujo slogan era: “Mais de você em você mesmo.”

O final do ano é uma época em que, frequentemente, nos cobramos por mais. Mais presentes. Mais confraternizações. Mais esforço. Mas será que é isso que realmente queremos? Será que, depois de um ano inteiro de intensidade e euforia, o que buscamos não é menos?

Menos correria.
Menos cobrança.
Menos aparências.

E, no lugar disso, mais calma.
Mais presença.
Mais conexão.
Mais afeto.

Se o Natal tem algo a ensinar, é que o mais que buscamos não está nas listas intermináveis, nos enfeites impecáveis ou na ceia mais elaborada. Está naquilo que nos aproxima de nós mesmos e dos outros de forma autêntica e pacífica.

E agora?

Minha sugestão é simples: reduza a complexidade. Tenha a honestidade e a coragem de praticar o espírito natalino com a pessoa que mais esteve ao seu lado durante o ano inteiro: você mesmo.

O Natal nos convida a confraternizar, a doar, a servir, a amar — e isso é belo e nobre. Mas uma coisa é o filme de Natal de Hollywood, onde tudo termina perfeitamente harmonioso. Outra coisa é a realidade de cada um, onde limites e circunstâncias precisam ser respeitados.

Pratique o Natal Realista e Consciente

  1. Reduza o tamanho, mas não a essência:

    • Se reuniões grandes são estressantes, faça o Natal com poucas pessoas. Uma conversa tranquila com quem realmente importa vale mais do que uma festa cheia de rostos distantes.

  2. Delegue ou simplifique tarefas:

    • Não consegue cozinhar? Encomende a ceia. Não tem orçamento para presentes elaborados? Invista no simbólico, no feito à mão ou simplesmente na presença genuína.

  3. Reorganize as expectativas:

    • Nem sempre é possível atender a todas as demandas ou agradar a todos. Lembre-se de que o verdadeiro espírito natalino é sobre conexão, não perfeição.

Confraternização Começa em Você

A comunhão de um espírito de paz começa dentro de cada um de nós. Se o Natal se tornar uma competição — a maior reunião de pessoas, o maior enfeite de Natal na fachada, a árvore mais impressionante postada nas redes sociais — há algo fora de lugar.

Se nos pacificarmos, podemos compartilhar paz. Se nos amarmos, podemos compartilhar amor. A harmonia que buscamos fora começa com a harmonia que construímos dentro.

Reflexão Final

Este Natal, troque o esforço pelo essencial. Troque a grandiosidade pela autenticidade. E, acima de tudo, troque a cobrança pela gentileza consigo mesmo. Simplifique. Reconciliar-se com o que está ao seu alcance é o maior presente que você pode dar — a si mesmo e aos outros.

Que o Natal seja leve, real e verdadeiramente seu. 🎄

P. S. Nesta semana, não teremos as seções Mind Drop (de recomendações) e nem o Desafio da Semana. É Natal! Chega de desafios downloads. Descanse. O desafio nesta sema é amar e perdoar. Já está de bom tamanho.

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